
Não, não sou mais fumante. Mas de forma geral acontece mais ou menos assim.
A sociedade evolui e passa a adotar valores mais humanísticos. Tais valores humanísticos não são compatíveis com individualismo, logo todas as suas ações passam a sofrer influência daqueles a sua volta (vovó já dizia: seu direito termina onde o do outro começa).
Essa linha altruísta de pensamento se desenvolve, impulsionada pela mídia e pelos valores democráticos, que apesar de democráticos, recriminam qualquer tipo de manifestação que:
1) Discorde do consenso geral, ou
2) Não seja adotada por um grupo grande ou influente de pessoas.
A partir daí, num sopão de necessidade de conteúdo midiático, ansiedade por afirmação de valores humanísticos e inércia social, o pobre coitado não pode mais fumar seu cigarro tranqüilo em nenhum lugar não freqüentado por outros de sua espécie. O fedidus-fumantis.
Mesmo que em locais abertos, cheios de lindas árvores e plantinhas, vai ter sempre um filhinho da mãe olhando com cara de "peidaram do meu lado".
Se eu fosse um pouquinho mais do contra, voltava a fumar.